
Ele perguntou à turma o que era aquilo. Passados alguns segundos, alguém disse:
- É uma marca de giz no quadro negro.
O resto da classe suspirou de alívio, porque o óbvio foi dito e ninguém tinha mais nada a dizer.
- Vocês me surpreenderam – o professor falou, olhando para o grupo.
- Fiz o mesmo exercício ontem, com uma turma do jardim da infância, e eles pensaram em umas cinqüenta coisas diferentes: o olho de uma coruja, uma ponta de charuto, o topo de um poste telefônico, uma estrela, uma pedrinha, um inseto esmagado, um ovo podre e assim por diante. Eles realmente estavam com a imaginação a todo vapor.
- Nos dez anos que vão do jardim da infância ao colegial, nós tínhamos aprendido a encontrar a resposta certa, mas também havíamos perdido a capacidade de procurar outras respostas certas. Tínhamos aprendido a sermos específicos, mas havíamos perdido muito em capacidade imaginativa. Como bem observou o educador Neil Postman: quando as crianças vão para a escola, são pontos de interrogação; quando saem, são frases feitas.
REFERÊNCIA
CENTRO NORDESTINO DE EDUCAÇÃO/ANIMAÇÃO POPULAR. Almanaque de metodologia da educação popular. Recife: CEPE, s/d.
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